As mineradoras Vale e BHP, juntamente com sua joint venture Samarco, apresentaram uma nova proposta de acordo indenizatório às autoridades brasileiras pelo rompimento de barragem em Mariana, Minas Gerais, estimando um desembolso total de 140 bilhões de reais. Embora o valor seja maior do que a proposta anterior, de 127 bilhões de reais, ele ainda é inferior ao demandado pelo poder público.
A nova oferta inclui 82 bilhões de reais em dinheiro a ser pago pelas mineradoras aos entes públicos em 20 anos, além de 21 bilhões de reais para executar obrigações que permanecerão sob responsabilidade das empresas, como a retirada de rejeitos do rio Doce. Além disso, as companhias já investiram 37 bilhões de reais em reparação e compensação desde o rompimento.
A Vale destacou que os valores da nova proposta são para 100%, incluindo uma contribuição de 50% da BHP Brasil e da Vale como devedores secundários, caso a Samarco não possa financiar como devedor primário. A empresa reafirmou seu compromisso com ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento, visando a uma resolução mutuamente benéfica para todas as partes.
O colapso da barragem de rejeitos de minério de ferro em novembro de 2015 deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar do Espírito Santo. As mineradoras haviam fechado um acordo inicial sobre o desastre em 2016, mas ele não contou com a assinatura dos Ministérios Públicos federal e estaduais e não fixou um volume de recursos global a ser empenhado.
A Vale espera que um acordo abrangente no Brasil ajude a proteger a empresa de ações judiciais internacionais, uma vez que as reparações só podem ser reivindicadas uma vez. As negociações são complexas, mas a empresa vê a nova proposta como um passo positivo em direção a uma resolução definitiva.