As mineradoras Vale e BHP, juntamente com sua joint venture Samarco, apresentaram uma nova oferta de acordo indenizatório às autoridades brasileiras pelo rompimento de barragem em Mariana, Minas Gerais. A proposta estima um desembolso total de 140 bilhões de reais, ainda abaixo do valor demandado pelo poder público.
O valor representa um avanço em relação à proposta anterior, que estimava 127 bilhões de reais. A nova oferta inclui 82 bilhões de reais a serem pagos pelas mineradoras em 20 anos, acima dos 72 bilhões de reais oferecidos anteriormente.
Entretanto, o valor ainda é menor do que os 109 bilhões de reais demandados pelo poder público, que busca receber os recursos em 12 anos. O desastre ocorreu há mais de oito anos.
Além do pagamento em dinheiro, a proposta inclui a previsão de empenhar 21 bilhões de reais para executar obrigações que permanecerão sob responsabilidade das empresas, como a retirada de rejeitos do rio Doce.
As mineradoras já investiram 37 bilhões de reais em reparação e compensação desde o rompimento, somando um total de 140 bilhões de reais a serem desembolsados.
A Vale destacou que os valores da nova proposta são para 100%, incluindo uma contribuição de 50% da BHP Brasil e da Vale como devedores secundários, caso a Samarco não possa financiar como devedor primário.
Um acordo abrangente no Brasil pode ajudar a proteger a Vale de ações judiciais internacionais, pois as reparações só podem ser reivindicadas uma vez.
O colapso da barragem de rejeitos de minério de ferro em novembro de 2015 deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu o rio Doce em toda a sua extensão, até o mar do Espírito Santo.
A Vale reafirmou seu compromisso com ações de reparação e compensação relacionadas ao rompimento, visando uma resolução mutuamente benéfica para todas as partes, especialmente para as pessoas, comunidades e meio ambiente impactados.