A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) realizou um levantamento que revelou que 63% das indústrias do estado paralisaram total ou parcialmente suas atividades devido às enchentes que atingiram a região. A entidade estima que 81% das indústrias gaúchas foram afetadas direta ou indiretamente pelas enchentes.
Entre as empresas que suspenderam suas atividades, 95% interromperam por até 30 dias, com uma média de suspensão de 14 dias. No entanto, 7% das empresas paralisadas não têm previsão de retomar as atividades, enquanto outros 2,6% disseram que o retorno vai demorar mais de 1 ano.
A pesquisa também mostrou que metade das empresas relataram perdas de até R$ 12.500, e 2/3 das respondentes tiveram prejuízos de até R$ 100 mil. As micro e pequenas empresas tiveram um prejuízo médio de R$ 88.000, enquanto as médias e grandes empresas relataram um prejuízo médio significativamente maior, de R$ 3,8 milhões.
Entre as empresas sem seguro, 16% disseram que vão fechar seus negócios ou mudar de localização. O número cai para 13% entre as indústrias asseguradas.
Os principais prejuízos decorrentes das enchentes, listados pelas respondentes, incluem:
– logística utilizada para escoamento da produção ou recebimento de insumos (71,5%);
– problemas com pessoal/colaboradores (61,5%);
– dificuldades com fornecedores atingidos pelas enchentes (55,9%);
– Estoque de matéria-prima (31,3%);
– Máquinas e equipamentos (19,6%);
– Estabelecimento físico (19,6%);
– Estoques de produtos finais (15,6%);
– Veículos (7,3%);
– Não registrou prejuízo (3,4%).
Mais da metade dos respondentes (52%) não têm cobertura de seguro contra perdas e danos decorrentes das enchentes. Entre as micro, pequenas e médias empresas, 63,4% estavam sem seguro. Já 70% das grandes empresas estavam seguradas.
Apesar dos estragos, 64,2% das empresas pretendem permanecer no mesmo local de instalação da empresa. Outros 20,1% ainda não decidiram o que farão com o seu negócio.
Os segmentos industriais mais afetados foram: máquinas e equipamentos (12,3%), borracha e plástico (12,3%) e alimentos (11,7%).
O levantamento ouviu 220 indústrias do Rio Grande do Sul de 23 de maio a 10 de junho. Entre os respondentes, 64,1% das empresas são classificadas como de médio ou grande porte. Além disso, 48,6% dos estabelecimentos empregam 100 ou mais funcionários. A amostra desta pesquisa não é aleatória. O questionário online ficou aberto para as empresas que quisessem responder.