O Senado argentino começou a debater um amplo projeto de lei que é fundamental para os planos de reforma econômica do novo presidente libertário, Javier Milei. Enquanto isso, protestos contra a legislação crescem do lado de fora do Congresso.
A câmara alta, dividida quase ao meio em relação ao projeto, enfrenta uma maratona de debates. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados em abril, na segunda tentativa, com muitas mudanças.
O governo Milei, que tem apenas uma pequena minoria nas duas Casas, tem negociado para atrair aliados. Embora saiba que o projeto será modificado, espera pelo menos uma aprovação geral. Uma rejeição completa seria um golpe forte contra o governo.
Legisladores locais e veículos de imprensa estimam que os senadores estão igualmente divididos. O projeto de lei precisa de 37 votos dos 72 senadores para obter uma maioria.
“É uma votação bem equilibrada: está 36 a 36”, disse Guadalupe Tagliaferri, parlamentar conservadora do Juntos pela Mudança, aliado do governo. Ela acrescentou que a votação pode acabar sendo desempatada pela vice-presidente, que preside o Senado.
O principal bloco de esquerda de oposição dos peronistas deve votar contra a chamada “Lei Bases” e um pacote fiscal separado. O principal projeto inclui planos para privatizar empresas públicas, conceder poderes especiais ao presidente e estimular investimentos.
“Votaremos para rejeitar ambos”, disse José Mayans, da coalizão União pela Pátria, à emissora de televisão local A24. “É uma lei inconstitucional.”
Milei, um extravagante economista e ex-comentarista que entrou em conflito com parlamentares e regularmente chamou o Congresso de “um ninho de ratos”, vinculou muita coisa ao projeto. Seu governo afirma que é a chave para desfazer uma grande crise econômica que ele herdou.