O valor do dólar subiu em relação ao iene, ao euro e à libra, alcançando máximas após o relatório mensal de empregos dos EUA em maio. O país criou mais vagas do que o previsto, com um aumento salarial também acima do esperado, o que fortaleceu as apostas de que o Federal Reserve manterá uma política monetária restritiva por mais tempo para controlar a inflação nos EUA.
Além disso, o peso mexicano continuou sob pressão em relação às moedas emergentes e atingiu um mínimo em sete meses em relação ao dólar, com o quadro político local em foco.
No fim da tarde em Nova York, o dólar avançou para 156,69 ienes, o euro recuou para US$ 1,0803 e a libra caiu para US$ 1,2724. O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de outras moedas fortes, subiu 0,75% para 104,885 pontos, com um aumento de 0,20% em comparação semanal.
A economia dos EUA criou 272 mil empregos em maio, acima da mediana de 185 mil prevista pelos analistas. O aumento do salário médio por hora também superou as expectativas, e o dólar reagiu com máximas diárias. Vários analistas apontaram que os dados sugerem que o Federal Reserve não deve ter pressa para reduzir os juros, embora alguns reafirmassem a expectativa de cortes ainda este ano.
O Citi revisou sua posição de que o primeiro corte viria em julho, agora espera uma primeira redução em setembro. Já o ING disse que o banco central americano deve ajustar suas projeções na próxima semana, apontando menos cortes em todo o ano atual, dos três projetados em março para dois ou mesmo apenas um.
Na agenda europeia, a leitura final mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 0,3% no primeiro trimestre ante o anterior, como esperado. Já na Alemanha, a produção industrial caiu 0,1% em abril ante março, quando se esperava alta de 0,3%.
Entre as moedas emergentes, o dólar avançou para 18,3996 pesos mexicanos. A moeda do México atingiu mínimas em sete meses ante a dos EUA, com investidores cautelosos sobre o quadro político. O fato de que dirigentes do governista Morena falaram em retomar planos de reformas constitucionais desagradou investidores. A presidente eleita do país, Claudia Sheinbaum, falou do assunto na noite de quinta e disse que o tema ainda precisa ser bem discutido e apresentado à população, negando que houvesse prejudicados, sem descartar que a iniciativa possa ser aprovada adiante.