Bolsa de valores hoje: veja o desempenho do Ibovespa e do dólar nesta quarta-feira (5) e o que movimentou os ativos
A bolsa de valores brasileira fechou em queda, contrariando o movimento das bolsas americanas que seguem em alta e atingem máximas históricas. Especula-se que a desaceleração da economia dos EUA permitirá ao Federal Reserve (Fed) reduzir as taxas de juros ainda este ano.
“Os rendimentos dos títulos do Tesouro mantêm-se estáveis após a maior queda de dois dias neste ano, com o foco dos mercados voltado para os dados de emprego do setor privado”, avaliou a Guide em relatório.
No cenário doméstico, empresas relacionadas a commodities contribuíram para a queda do índice, com destaque negativo para petroleiras, mineradoras e siderúrgicas.

Destaques negativos no Brasil:
- 3R e PetroReconcavo caíram mais de 2%.
- Petrobras contrariou a tendência das junior oils e fechou em leve alta.
Entre as empresas do setor de minério de ferro, Vale, Usiminas, Gerdau e CSN registraram perdas. Assim, o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,32%, a 121.407 pontos, marcando a sexta queda consecutiva do índice.
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Dólar hoje
Simultaneamente, o dólar voltou a subir. A moeda norte-americana valorizou 0,23%, chegando a R$ 5,2971, e nas máximas do dia, ultrapassou os R$ 5,30. A queda do real está associada à depreciação do minério de ferro no mercado internacional e às flutuações nos preços do petróleo, que favoreceram a valorização do dólar ante moedas de países produtores de commodities.
No exterior, o dólar também subiu. O DXY avançou 0,18%, alcançando 104,29 pontos.
Ações em alta:
- C&A (CEAB3) 6,70%
- Magazine Luiza (MGLU3) 4,64%
- Sabesp (SBSP3) 4,47%
- Light (LIGT3) 4,29%
- Plano e Plano (PLPL3) 4,08%
Ações em baixa:
- Biomm (BIOMM3) -12,65%
- Oncoclínicas (ONCO3) -11,41%
- Qualicorp (QUAL3) -9,55%
- Infracommerce (IFCM3) -9,30%
- Viveo (VVEO3) -8,82%
Os rankings consideram ações com alto volume, participantes ou não do Ibovespa e outros índices. As cotações foram apuradas entre 17h30 e 17h45.
Bolsas mundiais: Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em forte alta, com dois dos três principais índices acionários terminando o pregão com pontuações recordes. O otimismo dos investidores com o ciclo de corte de juros do Fed impulsionou o apetite por risco em Wall Street. As ações de empresas beneficiadas pela crescente demanda por inteligência artificial (IA) generativa também valorizaram.
- S&P 500 subiu 1,18%, a 5.354,03 pontos.
- Nasdaq avançou 1,96%, a 17.187,90 pontos.
- Dow Jones teve alta de 0,25%, a 38.807,33 pontos, abaixo do recorde de mais de 39 mil pontos.
A American Data Processing (ADP) estimou que o setor privado americano contratou menos em maio do que nos três meses anteriores, e o Instituto para Gestão da Oferta (ISM) registrou contração do emprego no setor de serviços em maio. Apesar disso, o índice de gerentes de compras (PMI) dos EUA recuperou-se acima do esperado.
Entre os destaques, as empresas de tecnologia se beneficiaram da forte demanda por IA generativa:
- Nvidia subiu 5,16%, tornando-se a terceira empresa americana a atingir valor de mercado superior a US$ 3 trilhões.
- HP saltou 10,7% após divulgar balanço melhor que o esperado.
- Broadcom (+6,18%) e Micron Technology (+5,58%) também puxaram os ganhos da bolsa nova-iorquina.
Europa
As bolsas europeias fecharam em alta, impulsionadas por dados mais fracos do mercado de trabalho dos EUA, sugerindo uma potencial desaceleração na abertura de vagas, elevando as expectativas de um corte de juros pelo Fed no final do ano.
- Stoxx 600 subiu 0,85%, a 521,42 pontos.
- FTSE 100 avançou 0,20%, a 8.248,39.
- DAX anotou alta de 0,89%, a 18.570,27.
- CAC 40 subiu 0,87%, a 8.006,57 pontos.
O Banco do Canadá cortou juros em 0,25 ponto percentual, o que abre caminho para um corte de igual tamanho pelo Banco Central Europeu (BCE). No entanto, qualquer sinal de retorno da inflação ou de uma atividade econômica mais forte pode limitar o espaço de manobra do BCE.
Emprego nos EUA
O setor privado dos EUA abriu 152 mil postos de trabalho em maio, segundo a ADP, abaixo das expectativas de 175 mil novos empregos e representando uma desaceleração em relação a abril e março.
Produção industrial no Brasil
A indústria nacional apresentou variação de -0,5% na passagem de março para abril. Na comparação anual, houve uma expansão de 8,4%. Apesar do resultado negativo, houve predominância de resultados positivos, exceto pela indústria extrativa (-3,4%) e produtos alimentícios (-0,6%).
Perspectivas
A perspectiva para a indústria brasileira é relativamente positiva, com a expectativa de que a Europa possa impulsionar os ativos de risco devido à reunião do BCE, onde é amplamente esperado um corte de juros.