(Reuters) – Analistas do UBS BB afirmam que os efeitos da medida provisória que altera o sistema de créditos de PIS/Cofins ainda são incertos para o setor de distribuição de combustíveis, mas destacam que haverá uma pressão significativa sobre o valor presente líquido (VPL) dos créditos fiscais.
Eles mencionaram que a expectativa inicial das empresas era utilizar os créditos de PIS/Cofins para compensar receitas fiscais. Com as novas restrições, a utilização desses créditos será provavelmente mais lenta do que o previsto, resultando em um VPL menor dos créditos.
Luiz Carvalho e sua equipe ressaltaram que ainda não está claro qual será o ritmo de realização dos créditos sob as novas regras. Também há incerteza sobre como a medida se aplicará aos créditos acumulados no passado.
Segundo o UBS BB, a Raízen (BVMF) possui 8,3 bilhões de reais em créditos fiscais de PIS/Cofins. O valuation do banco para a empresa, com um preço-alvo de 5,60 reais por ação, considera um VPL de utilização de créditos fiscais de 6,8 bilhões de reais.
A Vibra possui 3,1 bilhões de reais em créditos, com um valuation e um preço-alvo de 34 reais, incluindo créditos relacionados à Lei Complementar 192, que estabelece que o ICMS incidirá uma única vez sobre os combustíveis. “A empresa tinha potencial para que valores adicionais fossem reconhecidos,” afirmaram os analistas.
No caso da Ultrapar (BVMF), os analistas calculam créditos de PIS/Cofins de 2,4 bilhões de reais, com um valuation do banco para a empresa, com um preço-alvo de 33 reais, incluindo um VPL de 1,1 bilhão de reais de utilização de créditos fiscais.
O UBS BB mantém recomendação de “compra” para as três empresas.