Radar Sigma Redação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o direito do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, de provar sua inocência após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em declarações à imprensa em Genebra, Suíça, onde participa de um encontro da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Lula destacou que o indiciamento não é sinônimo de culpa e que a acusação precisa ser provada.
“Eu acho que o fato de alguém ser indiciado não significa que tenha cometido um erro. Significa que alguém está acusando, e que a acusação foi aceita. Agora, eu preciso que as pessoas provem que são inocentes”, disse Lula.
O ministro Juscelino Filho também reagiu ao indiciamento, afirmando que “indiciamento não implica em culpa” e que o parecer da Polícia Federal “é uma ação política e previsível”.
Lula planeja conversar com Juscelino Filho na quinta-feira para decidir sobre o futuro do ministro. “Não conversei com ele (Juscelino) ainda, eu vou conversar hoje e vou tomar uma decisão sobre esse assunto”, disse o presidente.
O caso envolve possíveis desvios de verbas públicas na estatal Codevasf, revelado em janeiro de 2023.
O destino de Juscelino Filho depende do apoio do União Brasil, partido ao qual ele pertence. O senador Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo, indicou que Lula tomará uma decisão, mas reiterou o papel do União Brasil. “Ele (Lula) vai ser informado de tudo e aí vai tomar uma decisão. Na verdade, quem teria que tomar uma decisão é o partido dele (de Juscelino)”, disse o parlamentar.
O União Brasil manifestou total apoio a Juscelino Filho, considerando a apuração da PF “parcial” e mencionando “vazamentos seletivos” e “descontextualizados”. “O União Brasil reafirma seu apoio ao ministro Juscelino Filho e sua confiança na Justiça, o único órgão competente para julgar”, disse a nota oficial do partido.
O apoio do União Brasil é liderado pelo presidente Antonio Rueda e pelo deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que tenta se viabilizar como o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara.
