A Suzano deu um passo importante em sua estratégia de internacionalização ao adquirir 15% da fabricante de fibras têxteis Lenzing, uma empresa austríaca, por 230 milhões de euros. Essa aquisição pode levar a brasileira a obter o controle da empresa até o final de 2028.
O negócio será financiado com recursos próprios da Suzano, segundo o diretor financeiro Marcelo Bacci. Ele destacou que a compra representa uma oportunidade para a empresa investir no setor têxtil, que está em crescimento pós-pandemia e busca substituir fontes fósseis.
Bacci enfatizou que o mercado têxtil movimenta 120 milhões de toneladas por ano, dominado pelo poliéster, uma fibra sintética derivada do petróleo. Já as fibras de origem florestal, como as produzidas pela Lenzing, representam apenas 6% desse mercado.
A Lenzing tem uma capacidade global de 1 milhão de toneladas de fibras têxteis por ano e opera em países como os EUA, Indonésia e Brasil. No Brasil, a empresa mantém uma joint-venture com a Dexco para produzir celulose solúvel.
A compra não altera os termos da joint-venture entre a Lenzing e a Dexco. Além disso, a Suzano pode se tornar fornecedora da Lenzing no futuro.
Essa aquisição é vista como uma forma interessante de a Suzano entrar no mercado têxtil, que a empresa vinha observando há anos. Antes disso, a Suzano havia feito uma joint-venture com a finlandesa Spinnova para produzir fibras têxteis a partir de nanocelulose.
A Suzano terá duas cadeiras no conselho de administração da Lenzing e pode exercer uma opção de compra de mais 15% da empresa até o final de 2028, o que pode alterar o controle da empresa.
As fibras da Lenzing são utilizadas em diversas aplicações, incluindo roupas, têxteis para o lar, produtos de higiene e materiais não tecidos.